segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

ABRA OS OLHOS, CORAÇÃO (Poema de Antônio LaCarne)




look bobo, você de skinny-megera, eu fugindo do verão, o colar de alice em madrepérola, ele que me instiga uns horrores, me deixa de queixo caído, não volta atrás, ensaia desculpas, bate forte a porta do quarto, finge que vai embora, fica mais um pouco, me trai na noite, marca o dedo no peito, pede que eu seja alzira, a noite é sempre surda, cola o ouvido na madrugada, separa o dinheiro do táxi, pede outra cerveja, lança olhares tortos, coça o nariz, disca o número do dealer, esforça-se concomitantemente, foge pro banheiro, acende mais um cigarro, quer que eu o siga, estaciona as mãos nos bolsos, aqui jaz o perigo, escreve bilhetinho pro paquera, não quer mais, anota o telefone, pisca o olho, promete ser a salvação dos meus dias, me fala ao ouvido, dança 3 passos de samba, ensaia pausa dramática, comete deslizes, retarda o envelhecimento e afunda o meu bote salva-vidas.



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